O governo Eduardo Riedel (PSDB) encaminhou o contrato de Parceria Público-Privada (PPP) para a gestão, ampliação e operação do Hospital Regional de Campo Grande. Com prazo previsto de 30 anos e previsão de aportes totais de R$ 951 milhões, a iniciativa tem como objetivo aumentar em cerca de 100% o número de atendimentos e elevar o padrão de serviços oferecidos à população.
O Hospital Regional, até então sob gestão totalmente pública, já sofria há anos com limitações orçamentárias, falta de manutenção predial e déficits crescentes na oferta de leitos e procedimentos especializados. A demanda por consultas ambulatoriais, exames de imagem, cirurgias eletivas e atendimentos de urgência vinha crescendo exponencialmente, ao mesmo tempo em que a capacidade instalada se mostrava insuficiente.
Diante desse cenário, o governo estadual optou por contratar um parceiro privado para executar um ciclo completo de modernização: desde a reestruturação física do prédio hospitalar até a operacionalização de serviços médicos, técnicos e administrativos, ao longo de três décadas. O modelo de PPP buscou conjugar recursos públicos (por meio de pagamentos anuais condicionados a indicadores de desempenho) e aportes diretos de capital privado, garantindo a entrada imediata de investimentos.
Veja o cronograma do contrato
Duração: 30 anos contados a partir da assinatura final do contrato, prevista para o segundo semestre de 2025.
Fases de execução:
Fase de implantação (primeiros 24 meses):
Reforma e ampliação da estrutura física (incluindo blocos de atendimento ambulatorial, UTI, centro cirúrgico e área de diagnóstico por imagem);
Aquisição de equipamentos de última geração (ressonância magnética, tomógrafo, robótica cirúrgica, sistema de hemodinâmica, etc.);
Contratação e treinamento de equipes médicas e multiprofissionais.
Fase de operação (a partir do 25º mês até o término dos 30 anos):
Gestão integral dos serviços hospitalares, ambulatórios e de apoio diagnóstico;
Manutenção predial e de equipamentos;
Cumprimento de metas assistenciais contratuais, sob supervisão de comissão técnica designada pelo Estado.
Valores envolvidos:
Total estimado de investimentos privados: R$ 951 milhões, divididos entre obras civis (cerca de 35% do valor), aquisição de equipamentos (aprox. 40%) e capital de giro para operação inicial (25%).
Estrutura de fluxo de pagamentos públicos: Pagamentos anuais condicionados a indicadores de qualidade, produtividade e satisfação do usuário.
Metas de atendimento e indicadores de desempenho
De acordo com o edital e o projeto básico da PPP, o Hospital Regional deverá, ao final da fase de implantação, dobrar o número de atendimentos anuais em comparação aos índices atuais. As metas definidas incluem:
Consultas ambulatoriais: aumento de 80% no volume de consultas especializadas (clínica médica, pediatria, ginecologia, ortopedia, entre outras).
Exames de imagem: expansão de 100% na capacidade de exames de alta complexidade (ressonância, tomografia e hemodinâmica).
Procedimentos cirúrgicos: incremento de 120% na realização de cirurgias eletivas, incluindo procedimentos cardiovasculares e ortopédicos de grande porte.
Internações e leitos de alta complexidade: instalação de novas alas de UTI (adulto, pediátrica e neonatal), totalizando pelo menos 80 leitos de terapia intensiva — o dobro do atual.
Tempo de espera: redução de 50% no período entre solicitação de consulta ou cirurgia e data de realização do procedimento.
Para cada meta, há indicadores qualitativos e quantitativos monitorados trimestralmente: taxa de ocupação de leitos, tempo médio de permanência, taxa de readmissão em 30 dias, grade de satisfação do paciente (levantamento via pesquisa padronizada) e índice de aprovação do Conselho Estadual de Saúde.
Perspectivas e próximos passos
A expectativa oficial do governo é que, até 2027, o Hospital Regional esteja operando em sua nova configuração completa, capaz de atender a pacientes de toda a região englobando municípios do interior que hoje dependem de deslocamentos a grandes centros. Em discurso na assinatura do contrato, o governador Riedel ressaltou:
“Este é um passo histórico para a saúde pública de nosso Estado. Com esta PPP, vamos garantir mais qualidade, agilidade e atendimento digno à população que mais necessita. E tudo isso sem onerar ainda mais o orçamento público.”