A Penitenciária Federal de Brasília (DF) esteve em alerta máximo durante meses devido à suspeita de perfuração de túneis para resgatar o líder da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola.
As investigações envolveram a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), a Polícia Federal (PF) e especialistas da Universidade de Brasília (UnB), que utilizaram tecnologia de escaneamento do solo até 20 metros de profundidade.
O alerta começou em janeiro, pouco antes da fuga histórica da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) em 14 de fevereiro, e durou até março. Após uma análise detalhada do terreno e operações de prospecção, nada foi identificado, e os barulhos suspeitos cessaram.
Os ruídos, que pareciam vir de fora para dentro do complexo, foram ouvidos próximo ao setor de saúde e à divisão de segurança da penitenciária.
Em um incidente relacionado, um policial penal da Penitenciária Federal de Porto Velho (RO) foi alvo de uma tentativa de homicídio na manhã de segunda-feira (13/5) no bairro Vila Tupy. O caso foi divulgado na quarta-feira (15/5) após a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) de Rondônia prender um dos envolvidos em flagrante, 11 horas após o crime. As equipes também apreenderam o veículo usado na tentativa de homicídio.
A principal linha de investigação aponta que o atentado foi encomendado por lideranças do PCC. A Polícia Federal continua investigando para identificar os demais envolvidos no atentado, que pode resultar em penas de até 28 anos de prisão. Câmeras de segurança registraram o crime, mostrando dois carros envolvidos na emboscada enquanto o policial caminhava para uma padaria. Apesar dos tiros, o policial não foi ferido.
Esses incidentes são parte de uma série de ataques que levaram à deflagração das operações Ônix e Sicários. O Sistema Penitenciário Federal (SPF), que inclui cinco presídios federais, tem liderado uma ofensiva contra integrantes do PCC, facção responsável por várias mortes de servidores prisionais. Até agora, 19 criminosos envolvidos nessas execuções foram condenados e transferidos para penitenciárias federais, um dos maiores temores da organização criminosa.