Relatório da Polícia Federal revelou que sete desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, incluindo dois ex-presidentes, são suspeitos de corrupção e venda de sentenças. O conselheiro Osmar Jeronymo, do Tribunal de Contas do Estado, também é acusado por organização criminosa, falsificação de documentos e extorsão.
As informações foram publicadas nesta quinta-feira (25) pela Folha de S. Paulo, com base em relatório citado por despacho do ministro Cristiano Zanin, do STF.
Entre os investigados estão os ex-presidentes Sérgio Fernandes Martins e Divoncir Maran, além dos desembargadores Alexandre Aguiar Bastos, Marcos Brito Rodrigues, Sideni Pimentel, Vladimir Abreu da Silva e Júlio Siqueira Cardoso. Na casa deste último, a PF encontrou R$ 2,7 milhões em dinheiro vivo.
A PF afirma que o advogado Félix Jayme Nunes da Cunha operava o esquema, que contava com apoio de Jeronymo, responsável por comprar sentenças e forjar documentos, como escrituras de fazendas. A filha de Sideni, Renata Pimentel, também é citada por receber R$ 920 mil de propina.
As investigações fazem parte da Operação Ultima Ratio, deflagrada em outubro de 2023, com base em escutas e quebras de sigilo.
Os advogados dos acusados negam as acusações. O ministro Zanin prorrogou o afastamento de quatro desembargadores e do conselheiro Jeronymo, aguardando manifestação da PGR para decidir sobre a permanência das punições. Sérgio Martins chegou a retornar ao cargo, mas permanece investigado.