O plano do PCC contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o promotor Lincoln Gakiya, que incluía sequestro e possível assassinato, foi elaborado no ano passado e poderia servir à libertação de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. A informação consta de relatórios de inteligência produzidos pelo Gaeco do Ministério Público de São Paulo e pela Polícia Federal.
O objetivo, segundo investigadores, seria usar Moro e familiares como moeda de troca para soltar Marcola — a organização criminosa já teve ao menos três planos de fuga desbaratados pela polícia nos últimos dois anos. O sequestro de autoridades para fins de libertação de lideranças criminosas foi uma prática muito usada pela guerrilha colombiana Farc, parceira de facções brasileiras no tráfico de drogas e armas.
Segundo a investigação, o ‘gerente da missão’ seria Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, que atua na seção “Restrita” do PCC, uma espécie de agência de inteligência do crime e responsável pelo planejamento de ações sigilosas, especialmente aquelas voltadas à execução de integrantes das forças de segurança, como policiais militares e penais. Nefo tem condenação por roubo, furto e cárcere privado, e consta como egresso do Centro de Progressão Penitenciária de Mauá/SP em 05/10/2009, beneficiado com alvará de soltura.