Nesta segunda-feira, 11, o juiz Eduardo Eugênio Siravegna Junior, condenou o deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) por um comentário irônico postado nas redes sociais. Na decisão, o magistrado considerou que o parlamentar cometeu crime de injúria racial e condenou Tavares a dois anos, quatro meses e 15 dias de reclusão no regime aberto.
A denúncia foi protocolada em 28 de maio de 2019 pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). O comentário foi feito na reta final da campanha eleitoral de 2018, quando Tavares, então coordenador do movimento EnDireitaMS e apoiador de Jair Bolsonaro, usou as redes sociais para ironizar uma fake news publicada por um militante de esquerda, de que a vitória de Jair Bolsonaro levaria a perseguição das minorias.
Em resposta a fake do esquerdista, Tavares comentou ironicamente: “Não vejo a hora do Bolsonaro vencer as eleições e eu comprar meu pedaço de caibro para começar meus ataques. Ontem nas ruas de todo o país vi muitas famílias, mulheres e crianças destilando seus ódios pela rua, todos sedentos por um apenas um pedacinho de caibro pra começar a limpeza étnica que tanto sonhamos! Já montamos um grupo no whatsapp e vamos perseguir os gays, os negros, os japoneses, os índios e não vai sobrar ninguém. Estou até pensando em deixar meu bigode igual do hitler. Seu candidato coroné não vai marcar dois dígitos nas urnas, vc já pensou no seu textão do face pra justificar seu apoio aos corruptos no segundo turno?”.
Procurado pela redação do O Contribuinte, Rafael Tavares disse que vai recorrer da decisão e falou em ditadura. A manutenção da pena poderá torna-lo inelegível nas próximas eleições.
“Em menos de 1 semana o PT mandou a Polícia Federal fazer busca na casa da minha assessora. O MPF pediu a cassação do meu mandato de Deputado. Um Juiz me condenou por crime de ódio por fazer piada irônica no Facebook. Vão tentar de tudo para me destruir, mas esse é o preço que vou pagar por mexer no vespeiro de fiscalização na Cassems, de bater de frente com as raposas velhas do PSDB e por fazer oposição ferrenha ao PT. Vivemos uma ditadura no Brasil”, disse.