O chocolate está mais caro em 2024. A prévia do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA-15) mostra que o valor do doce símbolo da Páscoa tem subido anualmente.
Calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir de 2021, o chocolate aparece com aumento de preços em março em todos os anos, considerando o IPCA-15 acumulado em 12 meses. O órgão atualizou os dados nesta terça-feira, 23.
Considerando os registros IBGE, a alta acumulada dos últimos quatro anos chega a 30%. O pior resultado ocorreu em 2022, com uma elevação de 11%.
Falta matéria-prima para o chocolate
Entre os motivos, a crise da produção de cacau no oeste africano. A região é a maior produtora da cultura no planeta — e a amêndoa dessa fruta é a principal fonte de matéria-prima do chocolate.
O oeste da África abriga a Costa do Marfim. Responsável por 40% de toda a safra de cacau do planeta, o país terá uma colheita 27% menor em 2024, em comparação a 2023. Com a quebra da safra, a oferta global das amêndoas será menor que a demanda pelo quarto ano seguido.
Em meio a esse cenário, a cotação da amêndoa triplicou na Nasdaq em um ano, que passou para cerca de US$ 8 mil a tonelada. A elevação da commodity afeta todo o planeta, incluindo o Brasil — apesar de ser um grande produtor mundial, o país importa o equivalente a cerca de 20% do cacau que processa.