O presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defendeu a liberdade de expressão da Jovem Pan. O político de esquerda prestou entrevista ao Brasil 247 nesta sexta-feira, 8.
“O governo não deveria fazer nada contra a Jovem Pan”, disse Pimenta. “Proibir a imprensa é um caminho errado. Isso é coisa de ditadura. Já tem um monte de gente falando na direita que é ditadura, com esse tipo de medida o governo vai dar razão para a direita.”
Atualmente, há uma ação no Ministério Público Federal (MPF) contra a emissora. O órgão acusa a Jovem Pan de propagar “desinformação em larga escala” sobre o sistema eleitoral com “potencial de incitação à violência e à ruptura da ordem democrática”.
O ministro-chefe da Advocacia Geral da União, Jorge Messias, havia divulgado um texto em que defendia a emissora. Nesta semana, porém, o advogado do governo federal informou que irá entrar ao lado do MPF na ação que pode cassar a concessão da Jovem Pan.
Indagado pelo editor-chefe do Brasil 247, Leonardo Attuch, sobre quais medidas o governo federal deveria tomar, o presidente do PCO criticou a comunicação lulista. Para Pimenta, a esquerda deveria ter órgãos de informação mais atuantes.
Presidente do PCO critica comunicação do governo
“O Partido dos Trabalhadores (PT) dirige a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que tem 4 mil sindicatos filiados”, explica Pimenta. “Se cada um desses sindicatos tivesse uma boa organização de imprensa para a sua categoria, e o PT, os dirigentes da CUT, tivessem uma organização para orientar esse pessoal sobre o que falar, você teria milhões de pessoas sendo atingidas pelos sindicatos.”
Ele elogiou o sistema de informação da direita. Nesse sentido, o dirigente partidário lembrou da capacidade do ex-presidente Jair Bolsonaro de convocar milhares de manifestantes para o ato em defesa da democracia que ocorreu no último dia 25 na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública paulista, 750 mil pessoas compareceram ao protesto.