(67) 9 9123-6297 | ocontribuintebr@gmail.com

Pesquisar
Close this search box.

Projeto quer proibir uso da palavra “gratuito” em ações financiadas com dinheiro público em Campo Grande

 

Um projeto de lei apresentado na Câmara Municipal de Campo Grande pretende mudar a forma como a administração pública comunica os gastos à população. De autoria do vereador Rafael Tavares (PL), a proposta proíbe o uso do termo “gratuito” em campanhas institucionais, publicidades e divulgações referentes a serviços, eventos ou benefícios custeados com recursos públicos.

A medida, que está em análise nas comissões da Casa, poderá ser votada em regime de urgência já na próxima sessão. Segundo o autor, a proposta visa corrigir o que ele considera uma distorção na percepção popular. “Existe uma mentalidade equivocada de que esses serviços e eventos não têm custo. Na verdade, são pagos com o dinheiro do contribuinte, por meio dos impostos. É preciso deixar isso claro”, afirma Tavares.

Caso o projeto seja aprovado, órgãos públicos da administração direta e indireta do município deverão substituir a palavra “gratuito” por expressões como “financiado com recursos públicos” ou “custeado com dinheiro dos impostos municipais” em qualquer peça de divulgação.

O texto também prevê punições para quem descumprir a norma, incluindo advertência e, em caso de reincidência, multa de até 5% sobre o valor da campanha ou ação publicitária.

Para o vereador, a proposta é uma forma de conscientizar a população sobre o real custo dos serviços e ações do poder público. “O termo ‘gratuito’ é usado por políticos como ferramenta de manipulação. Queremos que as pessoas saibam que, ao assistir a um show promovido pela prefeitura, por exemplo, estão contribuindo para o pagamento daquele cachê”, explicou.

Tavares citou como exemplo recente o show da cantora Luíza Sonza, realizado no último fim de semana no Parque das Nações Indígenas. Segundo ele, o evento custou quase R$ 500 mil aos cofres públicos, mas foi amplamente divulgado como “gratuito”. “A população comparece achando que não teve custo, quando, na verdade, tudo está sendo bancado com o dinheiro de cada cidadão”, criticou.

Se aprovado, o projeto deverá ser regulamentado em até 90 dias para que comece a valer oficialmente.