O PSB enfrenta um cenário de enfraquecimento em Mato Grosso do Sul e deve ter dificuldades para se manter competitivo nas eleições de 2026. Nacionalmente, o partido articula uma federação com o Cidadania, mas a proposta não empolga lideranças locais.
No Estado, o PSB é comandado pelo deputado estadual Paulo Duarte, que aguarda os desdobramentos nacionais para definir seus próximos passos. Como estará no último ano do mandato em 2026, poderá trocar de legenda durante a janela partidária.
A situação é mais delicada para o vereador Carlão, presidente do PSB em Campo Grande. Como pretende disputar as eleições de 2026, só poderá deixar a sigla em caso de fusão partidária — cenário ainda incerto.
O PSB já enfrentou dificuldades em 2022, quando não atingiu sozinho o quociente eleitoral necessário para eleger um deputado. A sigla acabou beneficiada por decisão do TRE-MS, que invalidou os votos do PRTB por descumprimento da cota de gênero. Com isso, o quociente caiu, e Paulo Duarte garantiu sua vaga.
Diante desse histórico, Duarte tende a deixar o PSB. Próximo do governador Eduardo Riedel (PSDB), ele deve seguir para um partido da base aliada.
Outro quadro da sigla, o prefeito de Corumbá, Dr. Gabriel, também pode mudar de partido a qualquer momento. Já Carlão e outros 16 vereadores só terão liberdade para trocar de legenda em 2028, salvo em caso de fusão — o que boa parte deles espera, como forma de viabilizar a saída.
Muitos apostavam no fortalecimento do PSB com Geraldo Alckmin na vice-presidência, mas esse crescimento não se concretizou. A articulação nacional com o Cidadania pode gerar uma nova federação, mas não deve alterar significativamente a estrutura partidária.
O presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt, confirmou ao jornal O Globo que há conversas em andamento:
“O PSB é um partido do nosso campo político, próximo da nossa história. Ainda há um processo em andamento. Até julho, devemos definir o caminho para 2026 e o pós-2026.”
Caso a união com o PSB se confirme, o Cidadania precisará encerrar sua atual federação com o PSDB, o que só deve ocorrer em 2025. Juntas, as duas siglas teriam apenas 19 deputados federais e ocupariam a oitava posição em tempo de propaganda e recursos do fundo partidário — cenário pouco animador para quem busca crescer nacionalmente.