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PT assina acordo com Partido Comunista de Cuba

A deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, esteve em Cuba na última quinta-feira, 28. Na ilha caribenha, ela assinou um acordo de cooperação e intercâmbio com o Partido Comunista cubano.

O tratado é similar ao que a legenda brasileira assinou em setembro do ano passado com o Partido Comunista da China. O pacto entre petistas e comunistas cubanos visa reforçar os laços entre as duas organizações e fortalecer a troca de experiências.

A visita de Gleisi à ilha caribenha ocorreu na mesma semana em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, pela primeira vez neste mandato, um governo autoritário de esquerda. Na última quinta-feira, Lula criticou abertamente o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, de quem é aliado histórico, por causa do veto do seu governo à candidatura de María Corina Machado, que saiu vencedora das primárias organizadas pela oposição. O petista disse que é “grave que a candidata não possa ter sido registrada, porque ela não foi proibida pela Justiça”.

A passagem de Gleisi pelo país caribenho ainda contou com um encontro com o ditador Miguel Díaz-Canel. Também participou da reunião o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ). A presidente do PT escreveu nas redes sociais que transmitiu ao líder cubano o interesse de dialogar “sobre o que mais o Brasil pode fazer para ajudar Cuba, em meio ao bloqueio que está sofrendo”.

De acordo com a parlamentar, Díaz-Canel destacou “os excelentes vínculos entre as duas organizações políticas e a importância de aprofundá-las”. O ditador cubano e primeiro secretário do Partido Comunista ainda teria agradecido, segundo Gleisi, o apoio de Lula aos cubanos por meio de parcerias para fazer frente ao embargo norte-americano.

Acordo entre PT e Partido Comunista ocorre em meio à crise socioeconômica de Cuba

Cuba enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história. A situação na ilha tem se agravado a tal ponto que especialistas têm traçado paralelos com o chamado período especial, quando a economia cubana passou por severa recessão provocada pela dissolução do seu principal parceiro econômico e político, a União Soviética.

Há duas semanas, centenas de cubanos foram às ruas de Santiago, uma cidade no leste do país a 800 quilômetros da capital, Havana, para protestar contra os apagões de luz e a falta de comida. O governo de Cuba culpou os Estados Unidos pela situação econômica na ilha e convocou um representante da embaixada norte-americana para consultas no dia 18 deste mês.

Lula esteve em Cuba em setembro do ano passado para participar da cúpula do G77 + China, que reúne países em desenvolvimento. Na ocasião, o presidente brasileiro classificou como “ilegal” o bloqueio dos Estados Unidos ao país.