Em reunião realizada no último sábado (7), a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT)aprovou uma resolução política que busca explicar os desafios enfrentados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato. No, o partido atribui as dificuldades na implementação de sua agenda a fatores como a operação Lava Jato e à atuação da “extrema-direita” no cenário político nacional.
Lava Jato e Extrema-Direita Como Obstáculos
O texto destaca que o avanço de uma agenda progressista foi prejudicado pela “capilaridade da extrema-direita nas redes” e pela influência financeira que essas movimentações possuem. Segundo o documento, tais recursos impulsionam a disseminação de informações contra o PT e promovem uma atmosfera de violência política.
“A conjuntura mostrou-se, entretanto, bastante desfavorável, não apenas pela capilaridade da extrema-direita nas redes, sempre abastecidas por fundos de milhões de reais e dólares em infraestrutura. A violência política bateu recorde nas eleições e o PT nunca deixou de ser o alvo da vez”, diz a resolução.
Além disso, o partido reafirma que a operação Lava Jato foi um movimento de perseguição política, destinado a enfraquecer a credibilidade do PT e afetar sua base eleitoral:
“O PT segue recuperando sua reputação e sua presença efetiva no território, que foi duramente afetado pela tentativa de destruição do partido promovida pela farsa da Lava Jato, com a prisão absurda de Lula, e pela campanha sistemática de desmoralização produzida pela mídia conservadora”, diz o texto.
Reconhecimento de Avanços e Limitações
Apesar das críticas aos entraves políticos, a resolução também enfatiza as realizações do governo Lula, reconhecendo, contudo, que essas conquistas não foram devidamente comunicadas à sociedade.
“As realizações do governo são extraordinárias, mas nem sempre isso é percebido pela sociedade, devido à timidez de vários de nossos porta-vozes em travar abertamente o debate e a disputa política contra as forças conservadoras e reacionárias”, afirmaram os líderes petistas.
Problemas de Articulação Interna
Outro ponto de crítica foi a falta de articulação entre o governo e o partido. A cúpula petista apontou falhas no diálogo com as bases e dificuldades na mobilização durante o processo eleitoral, especialmente em relação às emendas parlamentares destinadas a aliados não petistas.
“O governo careceu de certa capacidade de diálogo com o partido, tanto para ouvir demandas internas quanto para orientar lideranças na luta política, em uma eleição dominada por máquinas municipais de aliados da base, não petistas, e abastecidas com emendas”, destaca o documento.