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RS: Bombeiro diz que água cheira a corpos em decomposição

Repórter acompanhou equipe especializada em mergulho aquático em áreas de difícil acesso

Especializado em mergulho aquático, um integrante do Corpo de Bombeiros que atua nas enchentes do Rio Grande do Sul considera que o cheiro nas águas que encobrem locais de difícil acesso evidencia que há corpos de seres humanos em decomposição sob os escombros. As declarações foram dadas à repórter Bruna Lima, da Record TV, durante navegação pela cidade de São Leopoldo.

– Teve um momento que a gente passou em um local, e o bombeiro que estava com a gente disse: “Bruna, esse cheiro aqui, não é cheiro de animal morto, a gente que trabalha como equipe de resgate especializada em mergulho aquático reconhece esse cheiro. E esse cheiro não é de animal”. De baixo dessas águas, infelizmente o que eles acreditam como profissionais é que de fato pessoas ficaram. E é muito triste, porque nessa região, onde especificamente eu fui, tem muitos idosos – relatou Bruna ao Alerta Brasil.

A jornalista considera que há subnotificação de desaparecidos, e conta que a maioria das pessoas que se salvaram enfrentam um momento de desolação.

– O tanto de pessoas que não têm a família, que ainda não deram notícias do desaparecimento, as pessoas perderam os celulares, perderam tudo. É um cenário de total desolação. As pessoas nem estão mais desesperadas, esse momento já passou. Eu vim em um momento em que a maioria das pessoas já arranjou um local para ficar temporariamente, mas a gente se questiona até quando eles vão ficar. As pessoas estão preferindo pensar no hoje, porque o amanhã é muito incerto, as chuvas ainda não cessaram – acrescentou.

A repórter fez ainda um relato pessoal comovente ao testemunhar a situação do povo gaúcho.

– A situação é bastante crítica, eu nunca vivi e tive na minha experiência de reportagem uma situação parecida, é bastante difícil ouvir esse relato. É difícil voltar para o hotel pensando nessas pessoas que não têm mais casa. É uma questão que a gente tem que ter muita humanidade e saber que essas pessoas vão precisar de ajuda não só agora, mas também depois que a água abaixar. Muita coisa vai ser encontrada, muita coisa vai ser perdida – lamentou.