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Saiba qual foi o conteúdo do texto colocado no caixão do papa

O papa Francisco foi lembrado por combater os “crimes” cometidos pelo clero contra menores e pessoas vulneráveis, segundo o “rogito”, ou “escritura”, o documento colocado dentro de seu caixão e que resume informações de sua vida e de seus 12 anos de pontificado.

– Tornou mais severa a legislação sobre crimes cometidos por representantes do clero contra menores e pessoas vulneráveis – diz a última linha do documento.

O texto, colocado no caixão dentro de um tubo de metal lacrado para a posteridade, começa com uma biografia de Jorge Bergoglio, nascido em Buenos Aires em 1936, filho de imigrantes italianos, aborda seus estudos em química e sua entrada na Companhia de Jesus.

– Ele era um pastor simples e muito amado em sua arquidiocese, que viajava de metrô ou ônibus. Ele morava em um apartamento e preparava seu próprio jantar porque se sentia parte do povo – afirma o “rogito”.

Em seguida, o texto relembra a eleição como papa em 13 de março de 2013, após a histórica renúncia de Bento XVI, e destaca sua decisão de adotar o nome pontifício do santo de Assis por causa de seu desejo de “levar no coração os pobres do mundo”.

– Sempre atento aos últimos e aos descartados da sociedade, Francisco, assim que foi eleito, decidiu morar na Casa Santa Marta, porque não podia prescindir do contato com as pessoas – prossegue o documento.

O texto aborda as muitas visitas que Francisco fez durante seu pontificado a prisões, centros para deficientes e viciados em drogas, além de seus apelos aos padres para que fossem “misericordiosos” e “saíssem das sacristias”.

O relatório também destaca seu “riquíssimo” magistério doutrinário, marcado por “um estilo sóbrio e humilde, fundamentado na abertura missionária, na coragem apostólica e na misericórdia” e nas advertências contra o “mundanismo na igreja”. Entre seus marcos, ele cita sua “dedicação incansável ao diálogo com muçulmanos e representantes de outras religiões”.

Além disso, o texto cita seu “motu proprio” de 2019, intitulado Vos estis lux mundi (“Vós sois a luz do mundo”, em latim), que trata sobre os crimes de abuso sexual ou de poder por parte do clero. Um motu proprio é um documento emitido pelo papa por sua própria iniciativa e assinado pessoalmente por ele.

O “rogito” ainda destaca suas quatro encíclicas, incluindo a Laudato Si (2015), na qual ele “aborda o problema da ecologia e a responsabilidade do ser humano na crise climática”. Por fim, a escritura papal diz que a voz de Francisco “se levantou pelos inocentes”, especialmente durante a pandemia, assim como para clamar em numerosas ocasiões pela paz.

– Francisco deixa a todos um testemunho admirável de humanidade, vida santa e paternidade universal – finaliza.

Leia o texto do “rogito”, na íntegra:

Conosco peregrino da esperança, guia e companheiro de caminho rumo à grande meta à qual somos chamados, o céu, no dia 21 de abril do ano santo de 2025, às 7h35 da manhã, enquanto a luz da Páscoa iluminava o segundo dia da oitava, segunda-feira do anjo, o amado pastor da igreja, Francisco, passou deste mundo para o Pai. Toda a comunidade cristã, especialmente os pobres, louvava a Deus pelo dom de seu serviço prestado com coragem e fidelidade ao Evangelho e à mística esposa de Cristo.

Francisco foi o 266º Papa. Sua memória permanece no coração da Igreja e da humanidade inteira.