O dia 10 de dezembro de 2024 ficará marcado na história da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de MS): após sete horas de Assembleia Geral Extraordinária – e vários perrengues – os quase três mil servidores públicos estaduais que lotavam o Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo deram um uníssono NÃOàs propostas apresentadas pelo atual presidente Ricardo Ayache, que entre estratégias e manobras tentava colocar goela abaixo de todos a reforma estatutária.
“O que se viu ali foi um misto de desrespeito total ao servidor público, arrogância, malandragem de alguém que se perpetua no cargo e tem se valido disso para a malversação do dinheiro público, tomando para si algo que originariamente é do servidor. O mesmo servidor que soube dar sua resposta, o sonoro NÃO a propostas que nada tinham a ver com o que todos esperavam”, avalia o deputado estadual João Henrique (PL), que subiu hoje à tribuna da Assembleia Legislativa para falar sobre “o golpe” que esta diretoria pretendia dar no servidor público. O deputado acompanhou ontem, de perto, todo o processo –durante as 7 horas – apesar de ter sido intimidadopela equipe de Ricardo Ayache.
Com discursos de ordem e uso de estratégias na tentativa de esvaziar a plateia descontente com seus desmandos, Ricardo Ayache e equipe retiraram de pauta para votação o aumento de taxas do plano de saúde – os aumentos eram de R$ 35para titular e de R$ 70 para dependentes.Porém, a cada grito de “ladrão”, “golpista”, fora Ayache”, o presidente da Cassems sentiu que a forte mobilização dos servidores mudaria o cenário.
“Temos que dar os parabéns a todos os servidores públicos presentes, que não se deixaram intimidar pelo autoritarismo, pela falta de gestão e transparência desta diretoria. Os servidores querem a Cassems de volta ao comando dos servidores, clamam por mudanças, clamam por um atendimento à altura do que eles pagam”, completa o deputado.
Segundo relatos de vários servidores durante a assembleia, milhares deles estão negativados porque tiveram que lançar mão de empréstimos consignados para honrar pagamento de taxas e cuidados médicos; colocaram na mesa a falta total de especialistas médicos, a precariedade total nosatendimentos, longa espera para consulta e, principalmente, a falta de prestação de contas e transparência da atual gestão. “A Cassems é do servidor público, uma caixa sem fins lucrativos mas que arrecada milhões. Ela precisa ser devolvida a nós, passada a limpo”, desabafou uma servidora.
Em maio deste ano o deputado João Henrique propôs a CPI da Cassems, como forma de abrir a caixa preta desta caixa de assistência. “Nesta assembleia geral o servidor deu o recado: querem mudança, transparência, respeito à saúde e aos trabalhadores e a CPI pode trazer tudo isso à tona. Ali, eram 3 mil descontentes contra meia dúzia de apoiadores. E nós estamos com eles, não vamos parar até que a verdade prevaleça e a Cassemsseja devolvida a quem realmente a faz existir, o servidor”, conclui o deputado.
Ricardo Ayache é vaiado durante Assembleia da Cassems
Ricardo Ayache, presidente da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems), enfrentou vaias e manifestações contrárias durante a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada nesta terça-feira (10), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande.
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