O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (20), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao pedir a anistia pelos atos de 8 de janeiro, “está provando que ele é culpado, que cometeu crime”.
– Quando o ex-presidente fica pedindo anistia, ele está provando que ele é culpado, que cometeu crime. Ele devia estar falando que vai provar sua inocência. Não, ele está pedindo anistia. Ele está dizendo: “Gente, sou culpado, tentei bolar um plano para matar o Lula, o Alckmin, o Alexandre de Moraes, não deu certo porque tive uma diarreia no dia, fiquei com medo, tive de viajar para os EUA, então me perdoem antes de ser condenado” – disse, em entrevista à Rádio Tupi FM do Rio de Janeiro.
Lula disse que não pode falar pela Justiça, mas que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) “é muito grave”. Segundo o petista, o Partido Comunista Brasileiro (PCdoB) foi perseguido “sem ter feito 10% do que a equipe do ex-presidente tentou fazer”.
– O que vi na denúncia publicada ontem [quarta (19)] é muito grave. O Partido Comunista Brasileiro foi perseguido durante quase 50 anos sem ter feito 10% do que a equipe do ex-presidente tentou fazer nesse país. Se for provada a denúncia feita pelo procurador-geral da tentativa de golpe, da participação do ex-presidente, é uma coisa extremamente grave. Se for provado, ele só tem uma saída: ser preso – afirmou.
– Eles terão o direito de se defender e de dizer que é mentira, mas se for provado, não tem outra solução, senão ser condenado – disse.
A anistia defendida por Bolsonaro, no entanto, se refere aos atos de 8 de janeiro, e não uma anistia pelos crimes imputados pela PGR na denúncia apresentada nesta semana.