A tendência hoje é Javier Milei vencer o segundo turno nas eleições na Argentina, mas é preciso muito cautela. A previsão é de Andrei Roman, CEO da Atlas Intel, o único instituto de pesquisa que previu a vitória de Sergio Massa no primeiro turno.
“A soma dos votos do primeiro turno dá uma maioria clara para a direita na Argentina, mas isso não leva em consideração os movimentos que podem ocorrer até o dia 19 de novembro. Esse tem sido um ciclo eleitoral muito volátil”, disse Roman
Roman avalia que dificilmente os eleitores de Bullrich votarão no peronista Massa, porque ela representa a direita mais “dura” do macrismo.
Por outro lado, Milei fez uma pesada campanha contra Bullrich, com acusações inclusive pessoais chamando-a de “assassina”, e seus eleitores podem culpá-lo pela derrota e preferir o voto nulo ou não comparecer.
O CEO da Atlas também pondera que muitas propostas de Milei não tem apoio majoritário da população e cita como exemplo a dolarização, sua principal bandeira eleitoral: 57% dos argentinos são contra.
Entre os motivos que levaram ao crescimento de Massa na reta final do primeiro turno, a Atlas Intel identificou: a mobilização de eleitores que não votaram nas primárias e tendem a ser menos resistentes ao governo, apesar do desastre econômico na Argentina, e o receio da perda de subsídios de energia, metrô, ônibus concedidos pelo peronismo que assustou o eleitor mais pobre de Milei.
Os dois candidatos no segundo turno devem tentar se aproximar do centro, mas há limites, diz o analista.
Massa tem dificuldades para se desvencilhar do governo atual, já que é o ministro da Economia. Enquanto um dos trunfos de Milei é sua “autenticidade”, então fica difícil moderar o discurso.