O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convocou correspondentes estrangeiros para o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo correspondentes estrangeiros ouvidos por um veículo de circulação nacional, a convocação por parte de um órgão público brasileiro é bastante inusual. Ainda mais se tratando de um tribunal.
“Normalmente são os jornalistas que manifestam interesse em participar de algum julgamento, entrando em contato com a assessoria. Não vice-versa. Ao longo de minha carreira, nunca vi um tribunal chamando público para assistir a um processo”, disse ao veículo uma correspondente estrangeira sênior sediada em São Paulo.
Julgamento no TSE contra Bolsonaro pode deixar o ex-presidente inelegível
Na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) 0600814-85, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) pede a inelegibilidade de Bolsonaro e Braga Netto, candidatos a presidente e vice-presidente da República nas eleições de 2022, e condenação por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Na ocasião, o então presidente criticou o sistema eleitoral. Ele usou manchetes de jornais para questionar as urnas eletrônicas. Durante a apresentação, Bolsonaro citou um inquérito aberto pela Polícia Federal, em 2018, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a invasão, feita por um hacker, do sistema do TSE.
No processo, o Ministério Público Eleitoral (MPE) defendeu a inelegibilidade do ex-presidente. De acordo com o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, houve abuso de poder por parte de Bolsonaro.
O MPE acusou Jair Bolsonaro de uso dos recursos do Estado para propagar supostas informações falsas sobre as eleições.
Com informações: Revista Oeste