Apesar das investigações sobre fraudes em pequenos e médios municípios nas eleições de outubro, tanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quanto sua presidente, Cármen Lúcia, têm mantido silêncio sobre os detalhes do caso.
Na última segunda-feira, dia 9, a ministra minimizou as suspeitas durante um pronunciamento e evitou responder a questões relacionadas às inconsistências nos argumentos apresentados. Em resposta, a Folha de S.Paulo enviou ao TSE e à ministra uma série de perguntas, questionando sua aparente desconsideração dos indícios de fraude. Uma das perguntas foi: “O fato de as suspeitas de fraude não serem exclusivas da campanha eleitoral de 2024 tira a importância delas, na visão da ministra?”.
Além disso, o jornal solicitou informações sobre os municípios submetidos a revisão ou correição em 2021 e 2015, bem como os que passarão por esse processo em 2025. Também pediu esclarecimentos sobre a desconexão entre os dados apresentados por Cármen Lúcia e os argumentos usados para sustentar sua posição.
Em resposta breve, a presidente do TSE mencionou que o registro biométrico, que já alcança “mais de 80% do eleitorado”, seria uma prova da confiabilidade do processo eleitoral. Contudo, as investigações recentemente divulgadas não envolvem casos de voto duplo, mas sim transferências irregulares de títulos eleitorais, possivelmente manipuladas por candidatos de outras localidades.
Já o TSE não respondeu à lista de perguntas enviada pela Folha, que incluía questionamentos sobre as revisões ou correições nos municípios e a verba disponível para essas iniciativas.