Os vereadores André Luis (Rede) e Marcos Tabosa (PDT) pediram a abertura de uma CPI para investigar os serviços de cascalhamento de ruas de Campo Grande contratados pela Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep). O pedido ocorre após a Operação Cascalhos de Areia, do Ministério Público Estadual.
O MPE apura que cinco construtoras simulavam contratos de locação de máquinas e manutenção de vias não pavimentadas para desviar dinheiro do município. Os acordos com a prefeitura somam R$ 405 milhões. A 31ª Promotoria do Patrimônio Público investiga os crimes de peculato, corrupção passiva e ativa e fraude à licitação.
Os principais alvos da investigação são os empresários André Luiz dos Santos, o Patrola, dono das empreiteiras AL dos Santos e ALS Transportes; Mamed Dib Rahim; Edcarlos Jesus da Silva e Paulo Henrique Silva Maciel, sócios das empresas MS Brasil Comércio e Engex Construções; e Adir Paulino Fernandes, da JR Comércio e Serviços.
“A mídia está divulgando amplamente possibilidade de desvios de dinheiro da prefeitura acima de R$ 300 milhões. Aí a gente entende porque não tem dinheiro para periculosidade da GCM [Guarda Civil Metropolitana], para correção do salário do servidor, porque não se paga o piso da enfermagem. Porque são R$ 320 milhões desviados, pelo menos, de dinheiro do povo de Campo Grande que está sendo utilizado para corrupção”, declarou o vereador André Luis.
O parlamentar começou, nesta última quinta-feira (22), a colher as assinaturas dos colegas ao requerimento que será apresentado ao presidente da Câmara, vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB). Para tanto, é necessário o total de 10 rubricas, sendo que até o momento há apenas cinco.
A operação Cascalhos de Areia teve início com denúncia anônima de que o empresário André Luiz dos Santos, o André Patrola, seria laranja de Marquinhos Trad (PSD) para compra de imóveis. O ex-prefeito diz ser amigo do empreiteiro, mas negou ter feito qualquer negociação.
O juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal de Campo Grande, negou o pedido do MPE para investigar os empresários. Os promotores Adriano Lobo Viana de Resende, do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção), e Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria do Patrimônio Público, recorreram e conseguiram o aval do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para deflagrar a operação.