O ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Waldir Neves Barbosa, é investigado pela cobrança de propina de uma empresa que tem contrato para fornecer café, água e torrada à corte fiscal. A Polícia Federal descobriu planilha que aponta o recebimento de R$ 198 mil.
Para apurar a suspeita, o ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, autorizou mandados de busca e apreensão nos endereços e decretou a quebra dos sigilos bancários do conselheiro, o assessor William das Neves Barbosa Yoshimoto e os empresários Leonardo Primo de Araújo e Leonardo Primo de Araújo Filho, donos da L & L Comercial e Prestadora de Serviços.
Nas conversas encontradas nos telefones de Neves e de William, eles falam sobre a cobrança de R$ 5 mil do empresário. Para o ministro, ficou evidente que o ex-presidente da corte fiscal tinha conhecimento que os assessores cobravam e recebiam recursos de empresários que fornecem insumos ao TCE.
“É importante registrar que, nos dados relativos à quebra de sigilo bancário de contas de WILLIAN DAS NEVES, verifica-se que LEONARDO PRIMO e sua empresa L & L COMERCIAL enviaram e receberam valores muito superiores aos R$ 5 mil acima referidos, conforme segue (no início das tabelas constam os valores totais debitados e creditados)”, pontuou.
“Os elementos informativos até então constituídos indicam que o Conselheiro teria ciência da cobrança e do recebimento de vantagem indevida por parte de seus assessores provenientes de empresário que possui contrato com o Tribunal de Contas, alguns deles formalizados durante a Presidência de WALDIR NEVES BARBOSA”, relatou Falcão.
“Restou consignado, ainda, que durante a análise dos dados referentes ao afastamento do sigilo bancário de WILLIAN DAS NEVES BARBOSA YOSHIMOTO foram identificadas diversas transações financeiras entre este e o empresário LEONARDO PRIMO DE ARAÚJO, sócio proprietário da empresa L&L COMERCIAL E PRESTADORA DE SERVIÇOS”, destacou.