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Zambelli se junta a direitistas em exílio político após condenação do STF

Nos últimos anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) assumiu um papel de protagonismo inédito na política brasileira — o que, para críticos, transformou a Corte em uma espécie de “Poder moderador” acima dos demais. Neste cenário, figuras da direita têm sido alvos frequentes de decisões judiciais duras, levando muitos a deixarem o país. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) é o mais recente nome a engrossar essa lista, marcada por acusações de perseguição política e debates acalorados sobre os limites do Judiciário.

Zambelli foi condenada pelo STF por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, após sacar uma pistola em via pública às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. A pena: mais de três anos de prisão em regime aberto, perda do mandato e suspensão dos direitos políticos por oito anos. A deputada, que já estava nos Estados Unidos antes do julgamento, nega estar em fuga, mas a viagem alimenta especulações sobre um possível exílio, motivado pelo que seus aliados consideram um cerco judicial contra conservadores.

Zambelli não está sozinha. O youtuber Monark, ex-apresentador do Flow Podcast, também optou por se afastar do Brasil após ser alvo de forte pressão institucional por declarações controversas sobre liberdade de expressão. Já os jornalistas Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino, ambos críticos frequentes do STF e do governo Lula, têm denunciado reiteradamente o que chamam de censura e perseguição contra vozes da direita. Ambos residem nos Estados Unidos e, mesmo à distância, mantêm atuação política ativa, principalmente através das redes sociais e da imprensa conservadora.

Outros nomes, como o ex-deputado Roberto Jefferson, o jornalista Allan dos Santos e o ex-secretário de Cultura Roberto Alvim, completam o grupo de personalidades que se veem às voltas com medidas judiciais rigorosas. Para muitos apoiadores, trata-se de uma “diáspora conservadora”, forçada por um Judiciário que, segundo eles, ultrapassa os limites legais para eliminar opositores.

Ministros do STF, por sua vez, têm rebatido as críticas afirmando que suas decisões seguem os ritos constitucionais e visam preservar o Estado de Direito diante de ameaças à democracia, especialmente após os atos de 8 de janeiro de 2023. Para os defensores da Corte, não há perseguição, mas responsabilização judicial diante de condutas criminosas, incluindo a disseminação de fake news, incitação ao golpe e ameaças às instituições.

O fato, porém, é que o número crescente de figuras da direita que se sentem pressionadas a deixar o país escancara a tensão entre o STF e setores conservadores da sociedade. E alimenta o debate sobre liberdade de expressão, ativismo judicial e os rumos da democracia brasileira.

Enquanto a esquerda vê o Judiciário agindo para proteger a ordem constitucional, parte da direita denuncia um “estado de exceção seletivo”, no qual discordar dos ministros virou risco jurídico. Nesse embate, o exílio político parece estar se tornando um novo capítulo da disputa pelo poder no Brasil.